Estrutura Etária da População

 

Politicas demograficas

Mobilidade

 
 

A estrutura etária

 

A estrutura etária, ou seja, a composição da população por idades, é muito importante para se compreender e estudar a população de um país ou região, pois, por exemplo, poderá saber-se se a população tenderá a aumentar ou diminuir a partir da sua tendência para o envelhecimento ou juventude.

Assim, por exemplo:

  • Quanto maior for a taxa de natalidade, maior será a percentagem de população jovem, o que leva a um crescimento da população;
  • Quanto menor for a taxa de mortalidade, maior vai ser a esperança média de vida, o que leva a um aumento da percentagem de idosos e, geralmente, a uma diminuição do crescimento da população.

A estrutura etária de uma população pode ser representada graficamente, através de uma pirâmide etária ou pirâmide de idades.

As pirâmides etárias permitem, através da sua forma e irregularidades:

  • Identificar a estrutura etária (por exemplo se a população é jovem ou idosa);
  • Conhecer os acontecimentos passados;
  • Fazer projecções futuras.

Normalmente, para se caracterizar a estrutura etária de uma população utilizam-se os grupos etários, que dividem a população em:

  • Jovens – dos 0 aos 14 anos;
  • Adulta – dos 15 aos 64 anos;
  • Idosa – a partir dos 65 anos.

Numa análise ainda mais pormenorizada, a população pode ser agrupada em classes etárias quinquenais – 5 anos (o-4, 5-9, 10-14, …) ou mesmo em classes mais extensas.

Análise geral, que apresente as principais características:

a)      análise da base (estreita, larga, se tem diminuído ou aumentado);

b)      análise do topo ( se comparativamente com a base é largo ou estreito);

c)      as diferenças entre os sexos.

Analise pormenorizada, que explique as características da pirâmide em relação à :

a) natalidade;

b) mortalidade;

c) esperança média de vida;

d)     acidentes demográficos (guerras migrações, epidemias…)

Conclusão, que classifique a população:

a)      jovem;

b)      jovem com tendência para envelhecer;

c)      adulta;

d)     envelhecida;

e)      envelhecida com tendência para rejuvenescer.

Numa análise ainda mais pormenorizada, a população pode ser agrupada em classes etárias quinquenais – 5 anos (o-4, 5-9, 10-14, …) ou mesmo em classes mais extensas.

Estrutura etária da população portuguesa

A população portuguesa tem sido caracterizada por alterações na proporção dos grupos etários, sobretudo na proporção dos jovens e dos idosos.

É notório o decréscimo da percentagem de jovens e o aumento significativo dos idosos. A proporção de adultos tem variado pouco, verificando-se uma tendência para a diminuição, uma vez que os jovens adultos serão cada vez menos.

Envelhecimento em Portugal



Pirâmide etária, Portugal, 2000 e 2005

Uma actualização da situação do envelhecimento em Portugal até 2005.

Apesar de se tratar somente de 5 anos o efeito “envelhecimento” continua bem marcado na estrutura etária portuguesa. Veja-se, por exemplo, que a base da pirâmide continua a estreitar, ao mesmo tempo que o topo continua a “alargar”. Isto traduz uma baixa de natalidade (estreitamento na base) e um aumento do número de idosos (alargamento no topo) e consequente aumento na esperança média de vida.

O acentuar do estreitamento na base da pirâmide verifica-se até às classes etárias dos 25 anos (aproximadamente), altura em que a situação se inverte, ou seja, verifica-se, a partir daqui um aumento de efectivos até às classes etárias mais elevadas no ano de 2005.

As pirâmides etárias da seguinte figura testemunham as alterações verificadas na estrutura etária da população portuguesa.

Constatamos, então, que a população portuguesa tem vindo a envelhecer, o que está materializado em 1981, que testemunha claramente uma situação de duplo envelhecimento – envelhecimento pela base (causado pelo decréscimo da população de jovens) e envelhecimento pelo topo (aumento da proporção de idosos).


As pirâmides traduzem as assimetrias regionais (litoral /Interior

Duplo envelhecimento: Envelhecimento pela base e pelo topo:

  • A proporção dos jovens em relação à população total traduz o envelhecimento pela base – Classes ocas na base – reflexo de redução da taxa de natalidade ( redução dos efectivos em idade de procriar).
  • A proporção dos idosos em relação à população total traduz o envelhecimento pelo topo.
  • Desigualdade dos efectivos do sexo masculino e feminino – nascem mais indivíduos do sexo masculino (105 rapazes para 100 raparigas); a partir dos 45 anos, a situação inverte-se ( têm imigrado mais homens do que mulheres e , por outro lado, em média os homens morrem mais cedo do que as mulheres).
  • A pirâmide do Norte Litoral apresenta uma população jovem adulta maior – base mais larga –  maior taxa de natalidade, maior tradicionalismo e religiosidade.
  • A pirâmide do Alentejo Interior apresenta população adulta maior – uma base mais estreita e maior extensão das barras no topo– menor taxa de natalidade – redução dos efectivos em idade de procriar, maior retracção (classes ocas) das classes etárias da população adulta (escalões dos 40 aos 54 anos) devido à emigração e ao êxodo rural , logo descida da natalidade.

População de todo o país está num processo de envelhecimento, embora mais marcado nos distritos do interior (envelhecimento da população e consequentemente redução da natalidade, êxodo rural, emigração).

Factores que levam ao envelhecimento

Declínio da taxa de natalidade (reduzem-se as probabilidades de nascimento) e a não renovação de gerações – inferior a 2,1 (este aspecto não pode ser dissociado da emigração) e a desertificação demográfica de algumas áreas do país, decréscimo da taxa de mortalidade; aumento da esperança média de vida.

Consequências demográficas

Diminuição da taxa de natalidade, não renovação das gerações, envelhecimento da população

Se em 1960 Portugal era um país jovem, do ponto de vista demográfico, hoje a realidade apresenta-se muito grisalha, pois manifesta já uma estrutura etária muito envelhecida (dado que pela primeira vez o número de jovens foi superado pelo número de idosos no ano 2000), apesar de, no quadro comunitário, ocupar ainda um lugar intermédio.

O envelhecimento da população portuguesa deve-se ao contínuo decréscimo da taxa de natalidade, à redução da taxa de mortalidade e ao aumento da esperança média de vida.

O aumento da esperança média de vida resulta:

  • Da melhoria das condições de vida;
  • Dos progressos da medicina;
  • Da melhoria da assistência médica

A esperança média de vida está directamente relacionada com o grau de desenvolvimento dos países, o que significa que quanto mais desenvolvido for o país, maior será o número de anos que o indivíduo terá, à nascença, probabilidade de viver.

Em Portugal, a esperança média de vida era, em 1960, de apenas 61 anos para os homens e 67 anos para as mulheres, enquanto em 2005 atingia 81 anos para as mulheres e 75 para os homens. Assim, a esperança média de vida à nascença tem vindo a aumentar, sendo sempre superior nas mulheres, devido à sobremortalidade masculina.

População portuguesa está a envelhecer e vai decrescer

Segundo o último relatório anual do Conselho da Europa sobre a «Evolução demográfica recente na Europa», os portugueses serão menos um milhão em 2050 e a população estará ainda mais envelhecida, havendo perto de 2,5 idosos por cada jovem.

A população portuguesa deverá começar a decrescer a partir de 2010, atingindo os 9.302.500 habitantes em 2050.

O aumento da esperança média de vida reflecte-se directamente no índice de envelhecimento, pois este indicador aumentou de 109 indivíduos idosos por cada 100 jovens, em 2004, para cerca de 110, em 2005. O fenómeno do envelhecimento é superior entre as mulheres. Assim, a tendência crescente do índice de envelhecimento fica a dever-se:

  • Ao aumento da esperança média de vida, com consequente crescimento da percentagem de população idosa;
  • Ao facto de o aumento da natalidade verificado não ter conseguido compensar o declínio da percentagem de jovens na população.

Em termos regionais, o índice de envelhecimento registou:

  • Os valores máximos no Alentejo, no Centro e Algarve, que apresentam índices de envelhecimento superior à média nacional, isto é, superiores a 110 idosos por cada 100 jovens. Os valores que se fazem sentir nestas regiões, principalmente nas áreas localizadas no interior, devem-se sobretudo à baixa natalidade e aos movimentos migratórios, quer internos quer externos.
  • Valores inferiores à média nacional nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores e no Norte, devido à maior taxa de natalidade, maior tradicionalismo e religiosidade.

O aumento do índice de envelhecimento tem reflexos nos índices de dependência. Assim, verifica-se que o índice de dependência total diminuiu de 50 indivíduos, em 1991, para 48, em 2001, situando-se, em 2005, em 48,6 indivíduos. No entanto, este declínio deveu-se exclusivamente à diminuição do número de jovens. Assim, o índice de dependência jovem foi de 23,1 indivíduos, uma vez que a relação de idosos na população potencialmente activa passou para 25,4 indivíduos.

Em consequência deste aumento da esperança média de vida, prevê-se que a idade média da população aumente cerca de 2 anos para as mulheres e 2,5 para os homens, em 2005, o que poderá traduzir-se numa esperança média de vida de 84,7 anos para as mulheres e 79 anos para os homens.

É a crónica de uma morte anunciada, isto é, se os portugueses e os europeus nada fizerem.

Países Desenvolvidos 

VS

Países em Desenvolvimento

Existem no mundo muitos países em que a percentagem de população jovem é superior à dos outros grupos etários

A razão dessa situação está na elevada Taxa de Natalidade e na pequena Esperança Média de Vida, consequência de uma elevada mortalidade.

A juventude da população desses países e o elevado crescimento populacional que registam, fazem como que sejam conhecidos por países jovens

Os países jovens localizam-se, essencialmente, na África, Ásia e América Latina.

Em termos de desenvolvimento, são PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO, quer dizer, com economias pouco industrializadas, não oferecendo à generalidade da população uma boa qualidade de vida

Os países desenvolvidos do mundo estão a viver um processo acelerado de envelhecimento populacional, quer dizer, quando a proporção de idosos na população é de cerca de 15%.

O processo de envelhecimento tem origem na redução drástica da fecundidade, com reflexos negativos nas Taxas de Natalidade e na diminuição da Mortalidade, aumentando a Esperança Média de Vida

Os países envelhecidos localizam-se essencialmente na Europa e  América do Norte

Em termos de desenvolvimento, são PAÍSES DESENVOLVIDOS, quer dizer, com economias muito desenvolvidas, que oferecem à generalidade da população uma boa qualidade de vida

Consequências

O que é a estrutura etária?

É a distribuição da população por grupos de idades e sexo

Grupos Etários

Jovens – dos 0 aos 14 anos

Adultos – dos 15 aos 64 anos

Idosos – com mais de 65 anos

O que são pirâmides etárias?

Representação gráfica que relaciona a população por idades e por sexo

Pirâmide Jovem ou Crescente

Base larga

Taxa de natalidade elevada

Topo estreito

Esperança média de vida baixa

POPULAÇÃO JOVEM

Pirâmide característica de um País em  Desenvolvimento

Leitura da Pirâmide Etária Crescente.

Base larga, devido à elevada taxa de natalidade;

Topo estreito, porque a percentagem de idosos é baixa em resultado de uma reduzida esperança média de vida.
População muito jovem
Forte crescimento demográfico

Pirâmide Idosa ou Decrescente


Base estreita

Taxa de natalidade baixa

Topo largo

Esperança média de vida alta

POPULAÇÃO ENVELHECIDA

Pirâmide característica de um País Desenvolvido

Leitura da Pirâmide Etária Decrescente.

Base estreita, porque a percentagem de jovens é baixa, devido à baixa taxa de natalidade;

Topo largo, porque a percentagem de idosos e significativa, devido à maior esperança média de vida;
Há classes etárias ocas.
População envelhecida

Reduzido crescimento demográfico

O que são classes ocas?

Classe etária cujo número de indivíduos é inferior ao da classe anterior e ao da classe seguinte.

Problemas da estrutura etária nos diferentes países

Problemas resultantes do envelhecimento da população (países desenvolvidos)

•Diminuição da população activa;
•Diminuição do espírito critico e de iniciativa;
•Aumento das despesas da Segurança Social (pagamento das reformas);
•Aumento da despesas com a Saúde e os Serviços Sociais para idosos, como os lares, centros de apoio domiciliário.

Problemas resultantes do rejuvenescimento da população (países em desenvolvimento)

•Difícil acesso à educação, devido à falta de escolas e professores suficientes;
•Falta de habitação e de emprego que origina o crescimento dos bairros de lata e a expansão de actividades ilícitas (drogas…);
•Difícil acesso aos cuidados de saúde;
•Aumento da subnutrição e da fome, devido à necessidade de alimentos ser cada vez maior.

POLÍTICAS DEMOGRÁFICAS

As políticas demográficas são um conjunto de medidas adoptadas pelo Governo quanto às questões demográficas.

Políticas Natalistas

Conjunto de medidas utilizadas pelos governos para incentivarem os casais a terem mais filhos.

Políticas Anti-natalistas

Conjunto de medidas utilizadas pelos governos para incentivarem os casais a terem menos filhos.

Políticas Natalistas



Os países desenvolvidos foram os primeiros a sentir necessidade de adoptar medidas de incentivo à natalidade, pois em quase todos o envelhecimento da população é uma realidade preocupante. A emancipação da mulher, o reconhecimento do direito à concentração e a legalização do  aborto vão acentuar a diminuição verificada no índice sintético de fecundidade e reforçar a necessidade de adoptar medidas mais eficazes, tais como:
•Abono de família mais elevado a partir do 2º filho (como na Alemanha) ou do 3º (como em França) ou no caso de famílias numerosos ou de baixos rendimentos.
•Prolongamento das licenças de parto;
•Desenvolvimento de sistemas de protecção social dos mais jovens (creches e jardins-de-infância comparticipadas pelo Estado);
•Remuneração complementar dos períodos de licença de maternidade e paternidade;
•Horários de trabalho reduzidos e flexíveis, como na Hungria, República Checa e Eslováquia.
•Atribuição de crédito á aquisição de habitação com mais de 2 filhos.
•Assistência médica gratuita durante a gravidez e nos 1ºs anos de vida das crianças.

Políticas Antinatalistas

Nos países em desenvolvimento os esforços concentram-se no cumprimento de medidas que visam, acima de tudo, diminuir a elevada natalidade responsável pelo ritmo acelerado do crescimento populacional.

Os países onde a pressão demográfica é mais forte , casos da China e da Índia, foram os primeiro a adoptar medidas antinatalistas, tais como:

•A legalização  do aborto e das práticas de esterilização;
•O incentivo ao aumento da idade de casamento;
•A distribuição gratuita de contraceptivos;
•O incentivo à “política do filho único”;
•A adopção de programas de planeamento familiar com recurso à ajuda internacional;
•A promoção social da mulher, através da sua instrução e formação profissional.


Exercício:

Analisa a pirâmide de Portugal, 2005

1 – Caracteriza a base

2 – Classifica a natalidade

3 – Caracteriza o topo

4 – Classifica a esperança média de vida

5 – Classifica a população

6 – A que grupo de países corresponde esta pirâmide etária?

7 – Indica uma classe oca?



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